A avicultura e a suinocultura do Brasil deverão registrar novos avanços neste ano. As informações são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que apresentou ontem (28), em coletiva de imprensa, as projeções do setor para produção, exportações e consumo de carne de frango e de carne suína do Brasil para 2022 e 2023.
Segundo as perspectivas da ABPA, a produção brasileira de carne de frango poderá crescer cerca de 1% neste ano na comparação com 2021, alcançando até 14,5 milhões de toneladas em 2022. A alta deve seguir em 2023, quando se projeta aumento de até 5% na produção, podendo a produção chegar a 15 milhões de toneladas.
A disponibilidade de produtos no mercado interno também deverá terminar em níveis positivos, com elevação de até 0,5% em 2022, alcançando 9,78 milhões de toneladas, sendo a disponibilidade interna esperada para 2023 de 9,8 milhões de toneladas.
"Os produtores têm mantido a disponibilidade interna de produtos, o que sustentou os níveis per capita. Os programas de auxílio à renda que chegarão ao mercado ainda este ano deverão incrementar o poder de compra da população, com consequente impacto nas vendas internas de produtos avícolas”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Já as exportações do setor, conforme a ABPA, deverão alcançar neste ano até 4,9 milhões de toneladas, número 6% maior que o registrado no ano anterior. Em 2023, a expectativa é de exportações novamente 6% superiores, alcançando até 5,2 milhões de toneladas.
"A questão sanitária internacional ainda deve pressionar o comércio global de carne de frango. Novos focos de influenza aviária foram identificados entre os grandes produtores, sustentando a demanda de grandes exportadores livres da enfermidade, como é o caso do Brasil.
Adicionalmente, a já sentida redução da participação da Ucrânia no comércio internacional, a retirada das tarifas de importação do México até o próximo ano, a forte demanda filipina e a redução temporária das tarifas sul-coreanas de importação também impactarão no saldo das exportações”, completa Santin.
Já em carne suína, as projeções da ABPA indicam crescimento de até 5% na produção em 2022, podendo alcançar 4,95 milhões de toneladas. Em 2023, a produção deverá chegar a até 5,1 milhões de toneladas, com elevação de 3%.
A disponibilidade de produtos para o mercado interno neste ano deverá ser até 9% maior, com 3,9 milhões de toneladas. Para 2023, a expectativa é de nova elevação, chegando a 3,95 milhões de toneladas, número 2% maior.
"A carne suína está mais competitiva que as demais proteínas, o que tem gerado um considerável impulso no consumo interno que deverá pela primeira vez atingir os 18 quilos per capita. Neste contexto, a diversificação e customização de produtos pelas agroindústrias vêm gerando oportunidades interessantes e possibilitando ao consumidor descobrir a qualidade e a variedade proporcionada pela carne suína que combina com praticamente tudo. Pelo lado da produção, tivemos um primeiro semestre bastante complicado, mas tudo indica que a segunda parte do ano seja melhor, tanto no mercado interno quanto nas exportações”, analisa Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.
Por fim, as exportações projetadas pelo setor para o ano deverão alcançar até 1,1 milhão de toneladas, número 3% menor que o registrado em 2022, mas mesmo assim o segundo melhor resultado da história da suinocultura brasileira. Em 2023, entretanto, é esperada nova elevação, de até 9%, com volumes que podem alcançar 1,2 milhão de toneladas.
"Há expectativa de incremento nas importações chinesas de carne suína ao longo do segundo semestre, o que deverá favorecer as exportações do setor, conforme já temos notado. Soma-se a isto a abertura do mercado do Canadá, as reduções tarifárias da Coreia do Sul e Vietnã, além da ampliação das vendas para novos mercados, como a Tailândia. Muito possivelmente a média mensal de exportações ficará próxima das 100 mil toneladas a partir de agora”, completa Rua.
Estudo de competitividade setorial
Durante a coletiva, a ABPA apresentou pontos de um amplo estudo que detalha fatores da capacidade competitiva da avicultura e da suinocultura do Brasil.
Um dos pontos abordados no estudo foi o aumento dos insumos que compõem a produção. O polietileno utilizado na produção de embalagens acumulou alta de 61% entre 2018 e 2021, segundo o estudo.
A energia elétrica aumentou, no mesmo período, 32% – mantendo o Brasil entre os países com custos energéticos menos competitivos, em comparação com outros grandes exportadores mundiais de proteínas.
Os custos também se tornaram mais elevados na logística de exportação. A média do frete internacional por contêiner saltou de US$ 3,89 mil dólares em 2018, para mais de US$ 7 mil em 2021.
"O estudo nos mostrou que, além de repensarmos questões fundamentais para o país como a carga tributária que recai sobre os insumos, é preciso fortalecer as políticas de oferta destes elementos fundamentais para produção. Ao mesmo tempo, é primordial aprofundar a posição do país como grande exportador, por meio da ampliação de acordos comerciais que nos tornem mais competitivos em mercados onde a taxação e outras barreiras nos acometem de forma mais severa, em relação aos nossos competidores, assim como questões logísticas que impactem o potencial exportador do país”, conclui Ricardo Santin.
O estudo será apresentado durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), maior evento dos setores no país, que será realizado entre 09 e 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP).
SOBRE O SIAVS
Realizado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o principal encontro da avicultura e da suinocultura do Brasil será ainda maior que sua edição anterior, realizada em 2019. Sua área comercial foi expandida em 30%, adicionando novos anexos ao espaço tradicionalmente ocupado pela feira. A comercialização de espaços já foi praticamente encerrada.
Além das oportunidades de negócios, o SIAVS será palco do maior congresso técnico do setor, com intensa programação e mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países. O peso político do evento é outro diferencial. São esperadas autoridades dos poderes executivos e legislativos nacionais e dos estados, ampliando o papel do evento como principal ponto de debate dos rumos dos setores.
Em 2019, o evento recebeu mais de 20 mil visitantes de 50 países, com mais de 170 expositores. Nas dezenas de salas do congresso ocorreram as apresentações de mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países para 2,4 mil congressistas.
Segundo as perspectivas da ABPA, a produção brasileira de carne de frango poderá crescer cerca de 1% neste ano na comparação com 2021, alcançando até 14,5 milhões de toneladas em 2022. A alta deve seguir em 2023, quando se projeta aumento de até 5% na produção, podendo a produção chegar a 15 milhões de toneladas.
A disponibilidade de produtos no mercado interno também deverá terminar em níveis positivos, com elevação de até 0,5% em 2022, alcançando 9,78 milhões de toneladas, sendo a disponibilidade interna esperada para 2023 de 9,8 milhões de toneladas.
"Os produtores têm mantido a disponibilidade interna de produtos, o que sustentou os níveis per capita. Os programas de auxílio à renda que chegarão ao mercado ainda este ano deverão incrementar o poder de compra da população, com consequente impacto nas vendas internas de produtos avícolas”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Já as exportações do setor, conforme a ABPA, deverão alcançar neste ano até 4,9 milhões de toneladas, número 6% maior que o registrado no ano anterior. Em 2023, a expectativa é de exportações novamente 6% superiores, alcançando até 5,2 milhões de toneladas.
"A questão sanitária internacional ainda deve pressionar o comércio global de carne de frango. Novos focos de influenza aviária foram identificados entre os grandes produtores, sustentando a demanda de grandes exportadores livres da enfermidade, como é o caso do Brasil.
Adicionalmente, a já sentida redução da participação da Ucrânia no comércio internacional, a retirada das tarifas de importação do México até o próximo ano, a forte demanda filipina e a redução temporária das tarifas sul-coreanas de importação também impactarão no saldo das exportações”, completa Santin.
Já em carne suína, as projeções da ABPA indicam crescimento de até 5% na produção em 2022, podendo alcançar 4,95 milhões de toneladas. Em 2023, a produção deverá chegar a até 5,1 milhões de toneladas, com elevação de 3%.
A disponibilidade de produtos para o mercado interno neste ano deverá ser até 9% maior, com 3,9 milhões de toneladas. Para 2023, a expectativa é de nova elevação, chegando a 3,95 milhões de toneladas, número 2% maior.
"A carne suína está mais competitiva que as demais proteínas, o que tem gerado um considerável impulso no consumo interno que deverá pela primeira vez atingir os 18 quilos per capita. Neste contexto, a diversificação e customização de produtos pelas agroindústrias vêm gerando oportunidades interessantes e possibilitando ao consumidor descobrir a qualidade e a variedade proporcionada pela carne suína que combina com praticamente tudo. Pelo lado da produção, tivemos um primeiro semestre bastante complicado, mas tudo indica que a segunda parte do ano seja melhor, tanto no mercado interno quanto nas exportações”, analisa Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.
Por fim, as exportações projetadas pelo setor para o ano deverão alcançar até 1,1 milhão de toneladas, número 3% menor que o registrado em 2022, mas mesmo assim o segundo melhor resultado da história da suinocultura brasileira. Em 2023, entretanto, é esperada nova elevação, de até 9%, com volumes que podem alcançar 1,2 milhão de toneladas.
"Há expectativa de incremento nas importações chinesas de carne suína ao longo do segundo semestre, o que deverá favorecer as exportações do setor, conforme já temos notado. Soma-se a isto a abertura do mercado do Canadá, as reduções tarifárias da Coreia do Sul e Vietnã, além da ampliação das vendas para novos mercados, como a Tailândia. Muito possivelmente a média mensal de exportações ficará próxima das 100 mil toneladas a partir de agora”, completa Rua.
Estudo de competitividade setorial
Durante a coletiva, a ABPA apresentou pontos de um amplo estudo que detalha fatores da capacidade competitiva da avicultura e da suinocultura do Brasil.
Um dos pontos abordados no estudo foi o aumento dos insumos que compõem a produção. O polietileno utilizado na produção de embalagens acumulou alta de 61% entre 2018 e 2021, segundo o estudo.
A energia elétrica aumentou, no mesmo período, 32% – mantendo o Brasil entre os países com custos energéticos menos competitivos, em comparação com outros grandes exportadores mundiais de proteínas.
Os custos também se tornaram mais elevados na logística de exportação. A média do frete internacional por contêiner saltou de US$ 3,89 mil dólares em 2018, para mais de US$ 7 mil em 2021.
"O estudo nos mostrou que, além de repensarmos questões fundamentais para o país como a carga tributária que recai sobre os insumos, é preciso fortalecer as políticas de oferta destes elementos fundamentais para produção. Ao mesmo tempo, é primordial aprofundar a posição do país como grande exportador, por meio da ampliação de acordos comerciais que nos tornem mais competitivos em mercados onde a taxação e outras barreiras nos acometem de forma mais severa, em relação aos nossos competidores, assim como questões logísticas que impactem o potencial exportador do país”, conclui Ricardo Santin.
O estudo será apresentado durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), maior evento dos setores no país, que será realizado entre 09 e 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP).
SOBRE O SIAVS
Realizado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o principal encontro da avicultura e da suinocultura do Brasil será ainda maior que sua edição anterior, realizada em 2019. Sua área comercial foi expandida em 30%, adicionando novos anexos ao espaço tradicionalmente ocupado pela feira. A comercialização de espaços já foi praticamente encerrada.
Além das oportunidades de negócios, o SIAVS será palco do maior congresso técnico do setor, com intensa programação e mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países. O peso político do evento é outro diferencial. São esperadas autoridades dos poderes executivos e legislativos nacionais e dos estados, ampliando o papel do evento como principal ponto de debate dos rumos dos setores.
Em 2019, o evento recebeu mais de 20 mil visitantes de 50 países, com mais de 170 expositores. Nas dezenas de salas do congresso ocorreram as apresentações de mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países para 2,4 mil congressistas.